Ei, professor(a), como está?

A news desta semana é sobre um assunto importante dentro e fora da sala de aula: a autonomia das crianças. Se você tem filhos sabe o quanto essa temática é relevante, afinal quando um aluno é protagonista na escola, ele também é nas situações cotidianas. 

Essa é uma responsabilidade que faz parte da profissão de professor. Em outras palavras, é seu dever como educador instigar os estudantes, provocando neles o interesse em aprender. Essa atribuição, inclusive, tem o nome de Metodologia Ativa. 

Entretanto, com toda a certeza você já sentiu que por mais que planeje cada detalhe da aula, as crianças ainda esperam pelas respostas prontas. Não é? Por mais que a gente se esforce, explique, oriente, muitas delas só seguem o roteiro sem tomar as rédeas do próprio aprendizado. 

A verdade é que, muitas vezes, o erro é nosso, sabia? Queremos tanto que tudo saia como planejamos que tiramos das crianças a oportunidade de decidir, testar, errar e aprender por conta própria. 

Mas será que ensinar significa controlar cada passo? Melhor dizendo, como podemos dar mais autonomia sem perder a organização da aula?

Segue comigo e entenda como é simples tornar suas aulas mais dinâmicas e participativas. Afinal, quanto mais envolvente for a experiência, mais significativa será a aprendizagem!

Boa leitura!

Menos respostas, mais perguntas

Como incentivar a curiosidade e o pensamento crítico em sala de aula

Você já percebeu como os alunos chegam à sala de aula esperando respostas prontas? É quase automático: fazemos uma pergunta, e eles olham para a gente como se fôssemos um Google ambulante ou um ChatGPT humano. 

E, na correria do dia a dia, muitas vezes a gente se contenta com as respostas prontas – aquelas que bastam procurar e grifar nos livros. Mas será que essa é a melhor forma de ensinar?

A verdade é que, quanto mais forçamos respostas prontas, menos os alunos pensam. Claro, não é por mal – é assim que muitos deles aprenderam a lidar com a escola: alguém ensina, eles anotam, depois repetem na prova. 

No entanto, se a ideia é formar alunos mais autônomos e críticos, devemos inverter essa lógica. Em vez de orientá-los a procurar respostas, precisamos ensiná-los a perguntar.

E olha que interessante: quando a gente devolve a pergunta para os alunos, algo mágico acontece. No começo, pode até rolar um estranhamento. “Ué, mas a professora que deveria responder!”

Porém, com o tempo, eles percebem que pensar por conta própria é muito mais interessante do que apenas procurar pelas definições.

É claro que isso não significa que vamos deixá-los à deriva, sem nenhum direcionamento. Nosso papel é criar um ambiente no qual a curiosidade seja valorizada, o errar não seja um problema e cada dúvida gere novas descobertas. 

Assim, perguntas como:

•  “O que você acha?”

• “Por que isso acontece?” 

•  “Como podemos descobrir juntos?” 

abrem espaço para que os alunos pensem, testem hipóteses e desenvolvam autonomia.

O desafio, claro, é resistir à tentação de responder tudo imediatamente. Às vezes, o silêncio é incômodo e quando o aluno diz: “não sei” sentimos aquela vontade de guiá-lo pela resposta, para não perder tempo. 

Mas, se insistirmos um pouquinho, dando pistas, incentivando a busca, vamos perceber o quanto eles são capazes de ir além do óbvio.

Criar esse ambiente não precisa ser complicado. Pequenas mudanças na nossa postura já fazem toda a diferença. Então, que tal conhecer atividades, cursos e materiais para incentivar a curiosidade e o pensamento crítico na sala de aula? 

Veja a seguir!

Conteúdo do site em destaque

Proposta de intervenção

Abaixo, uma proposta de intervenção para os seus alunos se tornarem protagonistas no processo de ensino-aprendizagem. Acompanhe!

Dinâmica: "Professor por um dia"

Objetivo: incentivar a autonomia dos alunos e a participação ativa na aprendizagem.

Público-alvo: Ensino Fundamental I.

Duração: 1 a 2 aulas

Como jogar:

1. Escolha do tema

Divida a turma em pequenos grupos e proponha que cada um deles escolha um mini tema dentro do conteúdo que estão estudando. Pode ser algo simples, como um conceito matemático ou uma situação-problema, por exemplo. 

2. Pesquisa e planejamento

Cada grupo terá um tempo para pesquisar sobre o assunto em diferentes meios: livros, internet, materiais da sala e assim por diante. O objetivo não é decorar, mas entender o suficiente para conseguir explicar o tema aos colegas.

3. Preparação da apresentação

Ao final do planejamento, os grupos devem escolher como vão ensinar o tema. Isso pode ocorrer por meio de um cartaz, dinâmica ou explicação. A ideia é que as crianças decidam qual será a melhor forma de concluir a atividade.

4. Apresentação

Com tudo pronto, é o momento de cada grupo ser professor e ensinar o tema escolhido aos outros grupos. É importante deixar que os alunos conduzam o aprendizado, porém faça uma intervenção se for necessário.

Reflexão final:

Após todas as apresentações, faça uma roda de conversa e questione:

• Como foi ensinar em vez de apenas ouvir?

• O que foi mais fácil e o que foi mais difícil?

• O que eles aprenderam sobre autonomia com essa experiência?

Essa atividade funciona muito bem, pois coloca os alunos no papel ativo de protagonistas do aprendizado. Além disso, eles percebem o quanto precisam estar atentos, pesquisar e se organizar para ensinar algo aos colegas – e isso fortalece tanto o senso de responsabilidade quanto a autonomia.

Cursos e materiais gratuitos sobre metodologia ativa

Muito mais do que a proposta de intervenção, selecionei alguns cursos e materiais gratuitos para você se inteirar mais sobre a Metodologia Ativa. Afinal, o verdadeiro professor nunca deixa de aprender. 

O curso “Metodologias Ativas” da Fundação Bradesco é gratuito e tem a carga horária de 40 horas. Nele, você vai aprender práticas que melhoram a experiência dos alunos em sala de aula. Inscreva-se aqui

As “Metodologias Ativas de Aprendizagem na Educação” é promovido pela E-cursos livres e tem a duração de 20 a 160 horas. Além de gratuito, ele oferece certificado e um conteúdo programático amplo no assunto. Inscreva-se aqui

O e-book gratuito “04 metodologias criativas e inovadoras para sala de aula” tem o objetivo de transformar o professor em mediador. São diversos conteúdos que ensinam sobre a Metodologia Ativa e como aplicá-la.  Faça o download aqui

Conteúdos relevantes do mundo da educação

Para finalizar, leia alguns conteúdos relevantes do mundo da educação sobre autonomia estudantil. 

[dicas] Experiências mostram como trabalhar o protagonismo nas escolas

Todo mundo fala de Metodologias Ativas, mas poucos mostram, na prática, as estratégias para desenvolvê-las. O artigo em questão aborda maneiras de implantar o protagonismo na escola. Vale a pena a leitura. Leia no site Lunetas

[reflexão] A importância da autonomia no desenvolvimento infantil

Como mencionei no início da news, a autonomia do aluno deve ir além da sala de aula. Por isso, selecionei um conteúdo que fala sobre a importância do ensino ativo no desempenho escolar e suas relações sociais. Leia no site JC

[inspiração] Educador de Minas Gerais promove projeto pela democracia e autonomia estudantil

Em Minas Gerais, o educador Vitor Paulo Azevedo de Araújo iniciou um projeto que mistura a autonomia estudantil e a democracia. A proposta deu tão certo que se tornou uma das vencedoras da segunda edição do Concurso Juventude que Muda a Educação Pública, da CNTE. Leia no site CNTE

Finalizo por aqui. Lembre-se de colocar a Metodologia Ativa em prática e compartilhá-la com seus colegas de profissão.

Boa aula e até a próxima semana!