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Nunca esqueci da sua aula porque...
você me fez sentir parte dela.
Ei, professor(a), como está?
A news dessa semana não fala só da aula em si. Fala de afeto, de impacto, de presença. E, principalmente, fala de quem ensinou com o coração e com intenção.
Quantas aulas tivemos na vida? Centenas, talvez milhares.
Mas, por que só algumas ficam registradas na memória? Talvez porque o professor, ali, não quis apenas ensinar… ele construiu uma experiência com os alunos.
Esse professor não estava preocupado em “cumprir o conteúdo”, mas em torná-lo vivo. Ele não se colocou como dono do saber, mas como mediador de descobertas.
E esse é o ponto: ser mediador não é diminuir o papel do professor.
É ampliar. Ampliar o olhar, o escopo, o espaço de escuta, o modo de guiar.
O assunto de hoje é este! Continue se ele faz parte de quem você é em sala de aula.
Boa leitura!
A aula inesquecível mora na escuta
O professor como mediador de sentidos

Embora a palavra “mediação” por vezes soe muito técnica, ela refere-se a uma prática essencial, humana e muitas vezes invisível.
Um professor mediador é aquele que não se coloca no centro da sala, mas que faz do aluno o centro da experiência. Em outras palavras, ele entende que ensinar não é transmitir algo pronto; é despertar perguntas, provocar olhares e abrir trilhas para o aluno caminhar com autonomia.
Não é à toa que a gente se lembra de quem olhou para nós com paciência.
De quem notou nossa dúvida quando nem sabíamos como perguntar.
Daquele que transformou um tema “difícil” numa conversa envolvente, cheia de sentido.
A mediação está justamente nesses detalhes:
Na forma como você reformula uma explicação ao perceber que a turma não entendeu.
No gesto de dar voz a um aluno que sempre se cala.
No uso de uma metáfora que conecta o conteúdo à vida real.
Na escuta ativa, diante de uma pergunta inesperada.
Ser mediador não exige materiais caros, nem um super projeto pedagógico.
Exige presença, percepção e propósito.
Um exemplo simples, mas potente:
Imagine uma aula sobre valor posicional, na qual os alunos precisam entender por que o número 345 não é o mesmo que o 543.
O professor tradicional mostraria uma tabela, explicaria que “o número da esquerda vale mais”, apresentaria regras, daria exercícios prontos e corrigiria em seguida.
Já o professor mediador faria diferente.
Ele traria o material dourado para a sala, colocaria blocos na mão dos alunos e perguntaria:
“Com essas peças aqui, como você representaria o número do seu endereço?” ou “Dá pra fazer o mesmo número de jeitos diferentes?”
Ele deixaria os alunos mexerem, errarem, testarem, trocarem ideias e experimentarem o número com as mãos antes mesmo de escrever no caderno.
Depois disso, quando forem registrar no quadro posicional ou resolver uma operação, aquilo não será mais apenas um entendimento abstrato.
Será algo que eles entenderam com o corpo, com o olhar, com o tato e com sentido.
Porque quando o conhecimento é vivido, e não apenas decorado, ele se transforma.
A mediação também é um posicionamento ético
Num mundo cheio de verdades prontas, polarizações e respostas rápidas, o professor mediador ensina a pensar com calma, ouvir o outro e construir juntos.
Ele não se impõe como a única fonte de verdade. Mas também não se omite diante do que importa. Ele guia, provoca e sustenta perguntas.
Esse professor se posiciona sem influenciar o pensamento dos alunos.
Ele mostra caminhos sem obrigar ninguém a segui-los. Melhor dizendo, ele faz com que cada aluno se sinta capaz de buscar, de errar, de pensar.
E é aí que a mágica acontece: quando o aluno percebe que pode construir sentido com liberdade e apoio, ele aprende de verdade.
E mais: ele se lembra!
Afinal, a aula que nunca se esquece tem menos a ver com o tema…
… e mais com o jeito como o professor conduziu o processo.
E isso, convenhamos, vale mais que qualquer nota.
Porque, no fim das contas, a aula que fica não é a mais perfeita.
É a mais significativa. E significado se constrói junto.
Conteúdo do site em destaque
Proposta de atividade para melhor absorção do conteúdo
Atividade mediadora: “Loja de números”
Tema: valor posicional e operações básicas
Público-alvo: anos iniciais do Ensino Fundamental
Objetivo: compreender o valor posicional, trocar ideias, argumentar, experimentar.
Como funciona:
Monte uma “loja” de números na sala. Use etiquetas, dinheiro de mentirinha e objetos simbólicos (como peças de material dourado ou tampinhas de garrafa que representem unidades, dezenas e centenas).
Divida a turma em duplas ou trios. Cada grupo recebe:
Um orçamento fictício (ex: 200 “moedinhas”)
Uma lista de “produtos” para comprar (ex: número 132, 205, 49...)
Um cartaz com os preços de cada “peça” da loja:
Cubinho = unidade = R$ 1,00
Barrinha = dezena = R$ 10,00
Placa = centena = R$ 100,00
A tarefa dos alunos:
Cada grupo precisa montar os números solicitados comprando os itens certos e usando o orçamento com estratégia.
Mas aí, vem a parte mediadora: o professor não dá a resposta. Ele provoca, lembra? Por isso, questione:
“Você tem certeza de que 3 barrinhas valem mais do que uma placa?”
“Dá pra montar o número 120 de outro jeito?”
“Se vocês comprarem errado, conseguem trocar? Por quê?”
“Quem encontrou mais de uma maneira de formar o mesmo número?”
“Quem conseguiu economizar?”
Essa atividade desenvolve compreensão profunda do valor posicional, além de promover a cooperação e negociação em grupo.
Filmes com professores mediadores
Conheça agora alguns filmes com professores mediadores e inspire a sua prática pedagógica.
Sociedade dos poetas mortos - Disponível no Disney+ e Mercado Play
Robin Williams vive um professor que inspira seus alunos a pensar de forma crítica e viver com propósito em “Sociedade dos Poetas Mortos”. Com a icônica frase “Carpe Diem”, ele rompe o conservadorismo escolar e media uma educação baseada na liberdade e no autoconhecimento. Assista ao trailer aqui
O sorriso de Monalisa - Disponível em Amazon Prime, Apple TV e Google Play Filmes
Em “O Sorriso de Monalisa”, Julia Roberts vive uma professora que desafia padrões e incentiva alunas a pensarem por si mesmas. Com sensibilidade e provocação, ela media descobertas que vão além da sala de aula, rompendo com o tradicionalismo dos anos 50. Assista ao trailer aqui
Escritores da liberdade - Disponível em Amazon Prime, Apple TV, Netflix e Google Play Filmes
Por fim, “Escritores da Liberdade” retrata o poder do professor mediador: Erin Gruwell usa a escuta, os diários e o vínculo para transformar a realidade de alunos marginalizados. O enredo aborda o ensinar com empatia e a construção de conhecimento a partir das histórias de vida. Assista ao trailer aqui
Aprimore a sua mediação em sala de aula
Abaixo, você confere cursos gratuitos que envolvem a mediação em diferentes esferas.
O curso “Mediador Escolar” é online, gratuito e com certificado. O objetivo das aulas é ensinar a mediação de conflitos dentro e fora da sala de aula. Uma excelente oportunidade de aprimorar habilidades. Acesse a plataforma aqui
Outra opção gratuita e com certificado, você encontra na Anglo Cursos. As aulas são voltadas para a capacitação da mediação de conflitos e fortalecimento das relações no ambiente escolar. Acesse a plataforma aqui
A última indicação é o curso de mediador escolar online e gratuito da Edune. Ele oferece um amplo conteúdo programático, com ênfase na mediação e gestão emocional. Acesse a plataforma aqui
A edição chegou ao fim, e eu espero que ela tenha sido útil para a compreensão da diferença entre lecionar e mediar. Por que não combinar as duas habilidades e transformar as suas aulas?
Boa aula e até a próxima!
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