Matemática para TDAH: você está fazendo isso certo?

Como adaptar suas aulas para atender às necessidades específicas do TDAH

Ei, professor(a), como está?

Na news desta semana vou falar um pouquinho sobre o ensino da matemática para alunos com TDAH. Por terem energia de sobra e dificuldade em manter o foco, é necessário fugir do tradicional e investir em estratégias diferenciadas para conectá-los ao conteúdo.

Eu, por exemplo, tive um aluno que passava boa parte da aula de cabeça para baixo. Sim, ele era diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e ficar horas numa carteira enfileirada o deixava frustrado e agitado.

O “H” – como vou chamá-lo aqui, era um excelente aluno do 3° ano do Ensino Fundamental I. O que faltava para ele era a visão acolhedora dos profissionais. Essa news é sobre isso. 

Vamos juntos transformar desafios em oportunidades de aprendizado?

Ah! No final, deixei algumas dicas de cursos e formações na área para você que deseja ampliar o conhecimento no tema e enriquecer sua prática pedagógica. Quanto mais preparados estivermos, mais impacto podemos causar na vida dos nossos alunos!

Boa leitura!

TDAH e Matemática: Estratégias que funcionam de verdade

Táticas simples para transformar a distração em aprendizado efetivo

Ensinar matemática para crianças com TDAH é um desafio, porém também é uma oportunidade de mudarmos a nossa visão sobre o aprendizado. Afinal, a maioria de nós está tão acostumada com os métodos tradicionais de ensino que esquecemos de inovar e ser inclusivos. 

Assim, vou trazer o “H” de volta para a história e te dizer como eu – e os demais professores, transformamos a distração dele em um aprendizado efetivo. 

Bom, começamos pela criação do ambiente inclusivo. Um espaço livre de distrações e com uma rotina pré-definida. Assim, sempre que ele ficava de cabeça para baixo dávamos o tempo que ele precisava para liberar a energia acumulada. 

Com o tempo, percebemos que o “H” virava-se para baixo, porque passar muito tempo na carteira enfileirada o deixava entendiado. Isso é comum nas pessoas com TDAH. A dificuldade de manter a atenção e concluir tarefas é uma de suas principais características. 

Outra coisa que notamos é que a lousa, o livro e o caderno se tornavam cada vez menos atrativos para ele – diga-se de passagem que para as outras crianças também. Por isso, passamos a investir em recursos pedagógicos diferentes, como o Material Dourado, o ábaco, os jogos e outros objetos concretos. 

Quanto mais o “H” manipulava esses objetos, mais ele absorvia os conceitos da disciplina. Inclusive, os dias programados para a culinária o deixavam maravilhado! Estou para ver uma criança que gosta mais de medir ingredientes no copo do que ele. 

A verdade é que aprendemos a ser flexíveis e adaptar a nossa abordagem. Experimentar novos métodos de ensino é muito mais fácil do que tentar “enfiar goela abaixo” os exercícios do livro. Embora sejam importantes, não são as únicas fontes de aprendizagem. 

O mais interessante disso tudo é que não beneficiamos só o “H”, mas sim toda a classe que evoluiu com ele. Isso porque, todos os alunos precisam de estratégias novas “de vez em quando” para sair da “mesmice”.

Por fim, acho válido destacar, professor, que um aluno com TDAH precisa de gerenciamento de tempo eficiente. Isso significa que atividades longas e monótonas podem parecer mais desafiadoras para ele. 

A sugestão é intercalar aulas extensas em blocos e celebrar os pequenos resultados que surgirem durante eles. Não queira que uma criança com TDAH percorra um caminho no qual ela não está pronta. Isso vai desmotivá-la. 

Se você não se sente preparado para essas pequenas mudanças. Confira no fim da newsletter algumas indicações de cursos e materiais. 

Conteúdo do site em destaque

Proposta de atividade matemática para crianças com TDAH

Como mencionei acima, as mudanças nas minhas aulas não beneficiaram apenas o “H”. Por isso, deixei uma sugestão de atividade para crianças com TDAH – e para todas as outras. 

Atividade: Caça ao tesouro matemático

Objetivo: trabalhar os conceitos matemáticos como as operações básicas, conforme o nível dos alunos, enquanto estimula o movimento e a interação.

Materiais necessários:

  • cartões com problemas matemáticos (um problema por cartão);

  • objetos pequenos ou fichas para representar os “tesouros” (ex.: botões, pecinhas de LEGO, Material Dourado ou balas);

  • um cronômetro ou relógio.

  • espaço na sala ou no pátio para criar estações.

Como funciona:

  1. Prepare o ambiente: crie 5 a 8 estações espalhadas pela sala ou pelo pátio. Em cada estação, coloque um cartão com um problema matemático e uma pequena quantidade de “tesouros”.

  2. Divida os alunos em duplas ou grupos: os alunos podem trabalhar em duplas, ou pequenos grupos, dependendo da necessidade de socialização e do ritmo de aprendizado.

  3. Solicite que resolvam os problemas dos cartões: cada aluno ou equipe precisa ir até uma estação, resolver o problema do cartão e pegar a quantidade correta de tesouros com base na resposta. Exemplo: se a resposta for 5, eles pegam 5 tesouros.

  4. Defina regras de movimentação: para tornar a atividade ainda mais dinâmica, defina as regras de movimentação, como pular em um pé só ou caminhar lentamente até a próxima estação. Isso ajuda a canalizar a energia das crianças com TDAH.

  5. Flexibilize a execução: se uma criança tiver dificuldade com um problema, ela pode pedir ajuda ou trocar o cartão em outra estação.

  6. Finalize: após visitar todas as estações, os alunos contam o total de tesouros coletados. No final, podem comparar os resultados, e discutir os erros e acertos de forma colaborativa.

Reflexão final:

A caça ao tesouro matemático é uma atividade que promove o trabalho em equipe e a socialização. Logo, ela é uma excelente proposta para todos os alunos. No entanto, para aqueles com TDAH ela se torna ainda melhor, pois estimula o movimento e ajuda a manter o foco. 

Indicações de cursos online de educação inclusiva 

Conforme mencionei no início desta edição, abaixo estão alguns cursos com a temática da Educação Inclusiva para você se capacitar e aplicar no cotidiano. 

O curso online “Educação Inclusiva” é gratuito e tem duração de 20 horas. Promovido pela Fundação Bradesco, a proposta é conhecer os conceitos e princípios que permeiam a educação inclusiva. Inscreva-se aqui 

"Curso online de TDAH", promovido pela ABBA CURSOS, é gratuito e oferece certificado. Com um conteúdo programático voltado ao TDAH, é possível entender sintomas, causas, diagnósticos e a relação da condição com a ansiedade. Inscreva-se aqui 

Por fim, o “Curso Gratuito de Introdução ao TDAH” disponibilizado pela iPED fala sobre as características comportamentais e tipos de TDAH. Dividido em 3 capítulos com o total de 12 aulas, também é gratuito e fornece certificado. Inscreva-se aqui 

Conteúdos relevantes do mundo da educação

Para finalizar, confira alguns conteúdos relevantes do mundo da educação sobre o tema em questão. 

[dicas] 5 dicas para promover uma volta às aulas mais inclusiva

Aproveite o início do ano para promover uma volta às aulas mais inclusiva. Nesse artigo, você confere 5 dicas de como fazer isso de forma efetiva. Anote tudo e coloque em prática.  Leia no site GZH

[reflexão] Educação inclusiva e acessibilidade

A Professora Geny Lustosa, líder do grupo Pró-Inclusão da Universidade Federal do Ceará (UFC), aborda desafios da educação inclusiva para pessoas com deficiência. Além disso, destaca a importância da formação e valorização dos professores. Leia no site O Povo

[reflexão] TDAH: Por que tantos adultos estão sendo diagnosticados atualmente?

O artigo disponível no Stars Insider fala sobre os adultos diagnosticados com TDAH. O mini texto traz importantes reflexões sobre a maior conscientização da condição. Acesse e reflita sobre isso. Leia no Stars Insider

A news da semana termina aqui. Não esqueça de colocar as dicas em prática e compartilhá-las com seus colegas de profissão. 

Boa aula e até a próxima semana!

Reply

or to participate.